A moda sempre lançou tendências, sonhos de consumo e influenciou muitos movimentos que revolucionaram a vida das pessoas. Porém, em contrapartida, também foi, por muito tempo, um símbolo de muita segregação, devido ao seu inalcançável padrão estético. Por esse motivo, nos últimos anos, a representatividade na moda entrou em pauta.
Agora, muito além de lançar novas ondas, a indústria se vê em uma posição totalmente diferente, especialmente frente aos seus consumidores. É tanto uma mudança estrutural no que até então entendíamos como moda, quanto uma oportunidade única de negócio.
Vamos entender juntos como a representatividade está transformando todas as estruturas da moda e o que está sendo feito sobre esse tema mundo afora?
Em muitos momentos somos impactados com esse termo e, convenhamos, nunca esteve tão em alta como agora. Porém, é comum ainda existirem dúvidas sobre seu real significado - assim como sua importância.
Em linhas gerais, representatividade é uma terminologia que representa a defesa e expressão de interesses de determinados grupos sociais. É o movimento que visa dar visibilidade para certos movimentos que até então eram ignorados e marginalizados.
Essa segregação é feita por diversos motivos: social, etnia, raça, orientação sexual e de gênero e, principalmente no ramo da moda, de estética. Logo, não basta lutar pela aceitação dessas classes, mas sim, na integração e inclusão delas em todos os aspectos que envolvem a moda e beleza.
O mundo mudou e a sociedade está mudando. A nova geração e o novo perfil de consumidores, não querem mais comprar uma marca, apenas por ela ser de alto padrão ou pela beleza das peças.
Os clientes da nova revolução industrial - ou Industria 4.0, querem se relacionar com empresas com a mesma ética e transparência, além de representarem as mesmas lutas e crenças morais.
Denominadas de empresas responsáveis socialmente, as companhias de moda perceberam essa nova urgência e estão começando a se movimentar. Afinal, por muito tempo o padrão inalcançável era o único espelho que, principalmente as mulheres, tinham.
Modelos altas, extremamente magras, brancas e “padrões”, sempre foram as estrelas a estampar as revistas e desfiles. Mas isso está mudando e as pessoas querem ver corpos normais e reais, sem a extrema procura do impossível. Elas querem se ver representadas nas marcas que consomem.
E as mulheres sempre foram as que mais sofreram com essa idealização do irreal. Isso também é uma forma de fazer com que elas gastem muito dinheiro com procedimentos desnecessários, para se encaixar em uma forma que não é dela.
Isso sempre foi um mecanismo do capitalismo lucrar sobre as inseguranças, especialmente das mulheres. Em contrapartida, a representatividade na moda traz uma mensagem poderosa: a proposta que as pessoas - principalmente o público feminino - se amem cada vez mais, do exato jeito que elas são.
O padrão de beleza e de corpos perfeitos - sem estrias, celulites, pelos e, de preferência, brancos - reinou desde que a moda se entende como industria. Mas, algumas marcas rasgaram essa obrigação imposta e apostaram na verdadeira representatividade.
Visando, dessa maneira, que todos os corpos se sentissem representados e realmente desejados por essa nova moda. Conheça algumas dessas empresas que estão sendo pioneiras e grandes defensoras dessas mudanças:
A Renner sempre foi uma marca atenta e preocupada com a representatividade. Antes mesmo desses movimentos ganharem ainda mais voz, a empresa já aposta em estratégias para aumentar sua representatividade.
Nas propagandas e marketing, por exemplo, os castings são diversos e que representem a realidade de corpos, estilos e diferenças, que marcam a todos nós. Em 2017, lançou uma campanha onde a modelo tinha vitiligo, ilustrando que as diversidades são belas!
Criada pelo rapper Emicida com seu irmão, a marca nasceu como uma maneira de arrecadar dinheiro para investir na sua música. Com camisetas temáticas e artesanais, vendidas em seus shows, hoje eles possuem um dos desfiles mais aguardados da SPFW.
A LAB já nasceu com uma preocupação intensa em representatividade e empoderamento - tendo o lema que a marca e suas roupas são para todos.
Que mulher gorda já não passou grandes constrangimentos a ir comprar roupas, ouvindo: aqui não temos o seu tamanho? Esses corpos, foram os mais negligenciados pela indústria e, por muito tempo, sentiram vergonha por serem assim,
A Chica Bolacha, nasceu da necessidade dessas pessoas terem roupas da moda e com seu estilo, mas na sua numeração, sem medo ou constrangimento.
A questão é que a transformação da sociedade é irreversível. Pessoas querem se sentir representadas e consumir aquilo que mais se relaciona a suas crenças, não apenas mais por status. Mas, não basta apenas colocar uma maquiagem e fingir apoiar o movimento: é preciso mudanças estruturais reais.
Desde seu casting de modelos, até os diretores de criação. Toda a estrutura precisa ser revista para que essa mudança seja algo real e não apenas motivada para, literalmente, fazer bonito.
E aí, o que achou do nosso conteúdo? Você sabe de mais alguma marca que errou feio e não contribui para esse movimento? Conta aqui para a gente e acompanhe nosso blog!